TOP 3 de documentários da Netflix com números no título:
🥉 3.º lugar: 13 de Novembro: Terror em Paris.
Prepara-te para uma viagem sombria à noite em que a cidade luz perdeu o seu brilho! Este documentário mais não é do que uma coletânea de depoimentos das testemunhas do horror. O que não é necessariamente mau. Mas também não é muito bom.
+: Alguns relatos são de tirar o fôlego! É o caso daquele em que nos é contado que, graças ao sangue frio de alguém, descobriram que os tetos do wc do Bataclan eram falsos, salvando-se assim muita gente. Realço ainda outro em que um homem conta que ele e a namorada só escaparam à tragédia porque antes do concerto dos Eagles of Death Metal, que estava prestes a começar, decidiram ir para um piso superior para que ela os conseguisse ver. A verdade é que foi de onde eles saíram que grande parte da chacina se verificou. Moral da história: Para escapar à morte não há nada melhor do que ter sangue frio ou uma mulher baixinha.
–: Ao longo de três episódios, as histórias começam a soar repetitivas e as probabilidades de cair no sono aumentam. Negativo, portanto, para quem quer ver um bom documentário, positivo para quem tem insónias.
PONTUAÇÃO: ⭐⭐
🥈2.º lugar: Quarto 2806: História de uma acusação.
Diz-se que noticia não é quando um cão morde um homem mas sim quando um homem morde o cão. Acrescento que o mote para um bom documentário não é quando alguém poderoso despede um funcionário mas sim quando uma camareira consegue demitir um dos homens mais poderosos do mundo.
Esta é a história da ascensão de Dominique Strauss-Kahn e de como uma funcionária de limpeza Guineense e uma jornalista Francesa promoveram a sua queda.
+: 1. É inspirador ver como um Diretor Geral do FMI e quase certo futuro Presidente de França não era, ao contrário do que ele pensava, intocável. 2. Os relatos das vitimas das agressões sexuais, que dão a cara neste documentário, deixam-nos poucas dúvidas da veracidade dos mesmos, não obstante as tentativas de descredibilização que sofreram. 3. Bom documentário para quem quiser perceber onde, quando e como o movimento MeToo começou a ganhar as suas bases.
–: Não é nada inspiradora a parte em que a realidade nos chama à razão e em que descobrimos que Strauss-Kahn, já depois da decisão penal, fez um acordo confidencial com Diallo, a empregada Guineense, para que ela “esquecesse definitivamente o assunto”.
Mas convenhamos que vai ser difícil porque há algo que lhe vai sempre relembrar aquele homem:
Os milhões que agora estão na sua conta. Mas quem a pode censurar? Quem é que face à pergunta “ Posso dar-te muitos milhões de dólares que vão resolver a tua vida para sempre?” não lhe responderia “ Yes you Kahn”? Fica a pergunta no ar.
PONTUAÇÃO: ⭐⭐⭐
🥇 1.º lugar: 800 metros.
800 metros foi precisamente a distância que uma furgoneta, desgovernada, percorreu em Las Ramblas, Barcelona, matando e ferindo quem encontrou pela frente, num atentado que, em 2017, chocou o mundo.
+: É provavelmente, dentro do género, um dos documentários mais completos. A perspetiva dos terroristas, o que as vitimas sentiram, os momentos do ataque, a caça aos homens depois do crime, nada fica por contar e, mais importante que isso, nada fica por nos emocionar. O titulo. É Perfeito. A demonstração de força dos Catalães e a ideia bem transmitida que, no fim, os terroristas nunca vencerão.
–: A crueldade das imagens do múltiplo atropelamento. Seria necessário mostrá-las? Não sei. Mas sei que senti eu necessidade de colocar algo na parte do negativo, e foi só disto que me lembrei.
PONTUAÇÃO: ⭐⭐⭐⭐⭐
#theglitterdream