A resposta é uma e multiplicada por quantos conseguirem: pintxos!
A primeira vez que fui a Bilbao só tinha gostado do Guggenheim (ok, e do concerto à chuva dos The XX) mas a última – também fui ao Guggenheim – mas não foi a única coisa de que gostei.
Um fim-de-semana de amigos, marcado do dia para a noite em que o único plano era comer e comer bem. Tudo para correr bem. E ̶c̶o̶m̶e̶u̶ correu, mais do que bem: foi perfeito! Percebo agora todos os franzidos de sobrancelha quando dizia que não tinha gostado de Bilbao.
O nosso Google Maps parecia uma constelação com tantos pontinhos de tantas recomendações, vindas de reels virais ou de amigos que juram ter sido “ali” onde melhor comeram na vida. As expectativas eram altas e, de todos os pontinhos onde fizemos check in, corresponderam.
Agora vamos ao que interessa:
Para esta viagem destas precisas de:
- Calçado confortável (é para andar!) 🥾
- Uma camisola por cima das calças/saia, já que a probabilidade de teres de abrir o botão no segundo ou terceiro sítio, é alta. 🧥
Dia I: BILBAO
Começamos a viagem em Bilbao. Fomos conhecer Dragonstone, cenário de House of Dragon e Game of Thrones, o que foi um óptimo abridor de apetite, já que andamos, andamos, subimos e descemos e percebemos porque é que a Khaleesi se desloca de dragão.
Seguimos para almoçar, para a zona de Símon Bolívar, onde dizem estar os melhores restaurantes de pintxos.
- Começamos no El Globo Tavern e zerei logo o meu ranking. Um pintxo de caranguejo e queijo que dei logo um 10/10.
- Seguimos para o La Viña del Ensanche, para uma mão cheia de clássicos: pão com jamon, croquetas, tortilha e claro, canhas e cavas.
- Next stop: Café Iruña, onde acabamos por não comer, apenas provar a típica cidra servida de forma dramática, assinatura do espaço, mas que não gostamos.
- Na Plaza Nueva, fomos ao muito aconselhado Gure Toki, pedimos uma espécie de wrap-pintxo, 8/10.
- Ainda na Plaza Nueva, fomos ao Victor Montes, provamos um pintxo que era um bao e bom, mas foi só. Os outros que provamos didn’t fully meet.
- Seguimos para Casco Viejo, a zona histórica da cidade.
- Não é que precisássemos de continuar a comer, mas fomos ao Mercado de la Ribera, que tem uma oferta interessante mas mais industrial de pintxos. Não desiludiu mas não voltava lá.
- Pelo meio paramos numa das muitas padarias para um doce, os croissants tipo Manolo Bakes são a especialidade. Bons, mas os Manolos são melhores.
- Para a digestão e até jantar, fomos ao Bingo. Não é um conselho, não vão. Gastem esses euros em pintxos! (divertimo-nos muito, tho!) Tínhamos duas opções para jantar ali perto e estávamos indecisos. Escrevemos o nome dos restaurantes e pedimos a uma senhora amorosa da mesa ao lado para escolher.
- A senhora escolheu o Bilb8, onde pedimos chipirones e solomilho. Bom, 8/10.
Dia II: SAN SEBASTIÁN
Chegamos a San Sebastián que é tão bonito como prometia. É uma cidadezinha pequena e pitoresca e as ruas têm mais restaurantes do que comércio local. Restaurantes estes, todos locais. Absolutamente zero contra gentrificação, mas gostei muito de perceber que, do que vi, todo os restaurantes são de gastronomia local.
La Concha é bonita e fez-me lembrar Cannes, menos fancy. Aliás, um fancy despretensioso, local. Gostei muito.
Rota de Pintxos:
- La Viña – Fomos logo ao ex libris da zona, a tarte de queijo basca. O aspecto não me conquistou mas quem provou, gostou. Por 3€ vêm duas fatias.
- Aplicamos a máxima de que se tem fila, é bom e todos concordamos que a fila do La Cuchara de San Telmo poderia dar a volta à cidade. Muito bom não descreve. Delicioso! Vão! Esperem na fila! Aqui comemos um polvo assado e uma carne que deve ter começado a ser cozinhada ainda estávamos nós no Porto.
- De lá fomos para o 1813 taberna, onde encontrei o melhor pincho que comi na vida. Imaginem polvo e jamon ibérico. Juntos. E para o threesome, um pão fresco e crocante de base. Divino. 10/10.
- A seguir demos check na Bodega Donostiarra. Começo a repetir-me, mas é tudo muito bom!
- Para sobremesa deste rally dos pintxos, ainda fomos à Bartolo House para uma dose de calamares. O meu botão das calças já tinha saltado e não provei, mas toda a gente gostou muito.
- Demos uma pausa no itinerário para um momento de muito necessário descanso na zona do pontão. Muitos locais a apanharem sol nas escadas e a darem mergulhos no mar. Ficamos só pelos banhos de sol.
- Hora do lanche, fomos à Chocolateria El Puerto para uns churros. Satisfizeram o desejo mas não foram os melhores que já comi. 7/10.
- A sugar rush levou-nos até à outra ponta da cidade – que se faz muito bem a pé – para irmos ao muito famoso bar Antonio, conhecido pela sua tortilha e (com)provamos a fama. Tortilha muito, muito boa. 9/10.
- Para jantar tínhamos na lista o Bar Nestor. Às 20h, quando abre, já a fila ameaçava o Sold Out e depois de nós, um casal inglês anunciou-o. (Na verdade, tínhamos passado lá de tarde para tentar reservar e o senhor disse-nos para irmos apenas às 20h, mas claramente devíamos ter ido antes). Esperamos quase 2h de pé, começou a chover entretanto, mas… valeu a pena. A especialidade é o txuleton basco, acompanhado de pimentos padrón e uma salada de tomate divinal. A carne é boa mas o que me conquistou foi a salada de tomate. What a catch!
No dia seguinte, um plano de domingo perfeito: Guggenheim (com uma exposição que adorei do Yoshitomo Nara) e… Five Guys. 🍔🥤🍟
Natureza, cultura e gastronomia foram a sobremesa deste fim-de-semana no País Basco. O prato principal? 4 amigos que onde quer que estejam estão bem, desde que estejam juntos. Se for numa caça ao tesouro aos melhores pintxos, ainda melhor.
#TheGlitterDream