Não compres nada na Black Friday sem antes ler isto

A Black Friday é amanhã mas mal acaba o Halloween, já estamos a ser bombardeados pelas marcas que ora decidem fazer promoções antecipadas, ora fazem um teasing agressivo durante todo o mês para nos “avisar” que a Black Friday está a chegar. E a sensação é mesmo como a origem do nome promete.

Black Friday era o termos usado pela polícia americana para descrever o caos do trânsito e da multidão na primeira sexta-feira após o Dia de Ação de Graças. E, apesar de ter ganho uma conotação positiva por significar descontos, é mais um mergulho no mar negro do consumismo.

Não nos levem a mal; a Black Friday é uma ótima oportunidade para comprarmos coisas que, ao preço normal, poderiam não estar ao nosso alcance. Uma televisão nova? Um micro-ondas que não levanta ondas sempre que o ligamos? Um frigorífico que não se desliga sozinho? Claro.

O problema é quando somos seduzidos pelas marcas para comprar coisas que não precisamos, mesmo que até já tenhamos piscado o olho a algumas delas, num frenesim de promoções irresistíveis que prometem mudar a nossa vida (ou pelo menos a forma como acumulamos tralha).

Vivemos numa era onde o consumo é rei. Cada clique no ecrã, cada scroll nas redes sociais, parece empurrar-nos para comprar mais, acumular mais, desejar mais. Mas será que alguma vez parámos para perguntar: porquê? O documentário “A Conspiração Consumista”, disponível na Netflix, faz exatamente isso – e promete virar do avesso tudo o que achamos que sabemos sobre a relação entre o consumo e a nossa felicidade.

Com uma abordagem inteligente e provocadora, o documentário explora como o sistema económico global está desenhado para nos manter num ciclo constante de produção e consumo. Somos bombardeados com publicidade que nos convence de que precisamos sempre de mais – mais roupa, mais gadgets, mais validação social.

Revela ainda as engrenagens invisíveis deste sistema: da obsolescência programada (sim, o teu telemóvel foi feito para morrer) às estratégias psicológicas por trás do marketing. Tudo com o objetivo de nos manter insatisfeitos o suficiente para continuar a comprar, mas não tão insatisfeitos que questionemos o sistema.

Mas o documentário vai além das estatísticas frias e teorias económicas. Explora também o impacto do consumismo nas nossas vidas: ansiedade, dívida, insatisfação crónica e até a destruição ambiental que alimenta o ciclo. E é aqui que surge a pergunta: será que o consumo desenfreado está realmente a tornar-nos mais felizes?

Com depoimentos de especialistas, ambientalistas e até consumidores arrependidos, “A Conspiração Consumista” desafia-nos a olhar para os nossos hábitos e perceber o que realmente importa.

Se há algo que distingue este documentário é a sua capacidade de nos inspirar, em vez de nos fazer sentir culpados. Em vez de apenas apontar o dedo, oferece ideias criativas para um consumo mais consciente. Consumir menos não significa viver menos; significa abrir espaço para coisas mais significativas: experiências, conexões humanas e a alegria de criar algo do zero.

Eis algumas formas fáceis de começar:

  • Repensar antes de comprar: Pergunta-te, preciso mesmo disto?
  • Adoptar o “segundo uso”: Explorar mercados de segunda mão ou dar uma nova vida a algo antigo.
  • Invistir em qualidade: Uma peça duradoura vale mais do que cinco descartáveis.
  • Valorizar o simples: A felicidade raramente vem de coisas materiais, mas sim de momentos e relações.

“A Conspiração Consumista” não é apenas sobre o sistema em que vivemos; é sobre como podemos subverter este sistema com escolhas conscientes e criativas. Não é sobre desistir do consumo, mas sim sobre consumir de forma que nos traga verdadeira satisfação – e não apenas um fugaz prazer momentâneo.

A bondade começa connosco mesmos, e consumir de forma mais consciente é um ato de bondade para connosco, para os outros e para o planeta.

Se chegaste até aqui, obrigada e parabéns: estás pronto para a Black Friday.

#TheGlitterDream