Crazy Dates – Ep 3

Acto 1 
Há histórias de amor que são como contos de fadas. E depois há as que são reais, complicadas e humanas. A minha história com o W se encaixa mais na segunda categoria. No início, pensei que seria um conto de fadas, mas a realidade foi diferente.

Conheci o W de uma forma tão absurda que, se me perguntassem hoje, diria que foi coisa do destino… ou então uma brincadeira cósmica muito bem engendrada.

Era uma noite de verão, eu estava num bar com o meu melhor amigo, e de repente, vi aqueles olhos. Faróis. Lasers. Sinais divinos. Aquele tipo de olhar que te faz esquecer o copo na mão. Mas pronto, segui com a vida. Achei que era só mais um olhar bonito.

Até que, como se o universo quisesse fazer um plot twist, o meu ex aparece do nada. Cinco meses sem ver o gajo, e ali estava ele — e eu a afundar shots como se houvesse medalha olímpica. Mezcal, Long Islands, tudo o que anestesiasse a alma. Tinha acabado de ser atingida por um furacão emocional… e ainda nem tinha começado a noite.

O primeiro encontro foi algo de surreal. Entre uma conversa aleatória e um beijo inesperado, fiquei fisgada. Ele desarmou-me com aquele sorriso e uma pergunta ousada: 

–  “Achaste que és boa a beijar?” Confiança de quem claramente já tem o guião decorado. Beijámo-nos. E o mundo parou. Quando os nossos lábios se tocaram, não foi só um beijo. Foi uma reprogramação hormonal em direto.

No final da noite, ele disse algo direto e provocante: 
– “Quero f****”. 

BOOM. Nem a Netflix nos prepara para isto.

Eu não sabia o que responder, mas depois de tudo que tinha acontecido, o desejo tomou conta de mim e eu aceitei. Ele conduziu-me pelas ruas do Porto, e a cidade parecia ainda mais mágica ao lado dele.

O resto da noite? Bem, isso fica para a nossa memória fragmentada de beijos e risos, sem dormir, apenas a viver o momento. Quando chegou a hora de ir embora, tudo parecia um sonho, mas a sensação de que algo maior estava a acontecer entre nós ficou.

O fim de semana começou como qualquer outro: festa, diversão e um brunch no dia seguinte. Mas, com o W, até o simples se transforma em algo especial. Deitados no Palácio de Cristal, compartilhamos um silêncio profundo, aquele tipo de silêncio que conecta as almas sem palavras. Era como se, finalmente, estivéssemos exatamente onde precisávamos estar.

Mas claro, a realidade voltou, e saímos para explorar o Porto de uma forma não-turística, embrenhando-nos na cidade real, sem glamour, só autenticidade.

Decidimos continuar a loucura e estender o dia. Ele, que originalmente só ia ficar uma noite, decidiu ficar mais um dia. A missão? Encontrar um hotel com piscina e cocktails. Encontramos três, fomos rejeitados por todos até que finalmente encontramos o tal spot ideal. Piscina, sol, cocktails… a receita para mais um dia que eu só poderia descrever como perfeito, mas que, na verdade, foi uma viagem emocional mais profunda do que qualquer cocktail poderia proporcionar.

Porque, quer queiras ou não, tirar as roupas é fácil. Qualquer pessoa consegue fazer isso. Mas despir a tua alma, mostrar as tuas rachaduras, os teus medos, os teus traumas… Isso é a verdadeira nudez. E, lá está, foi o que fizemos naquela piscina. A nossa conversa não foi sobre trivialidades ou sobre o que comemos no jantar. Foi sobre tudo o que não dizemos a ninguém, sobre coisas que demoraram três anos a partilhar com a minha melhor amiga. E eu disse tudo, sem medo. Eu e o W, despidos de tudo o que éramos, mas mais conectados do que nunca. E, apesar da vulnerabilidade ser assustadora, nunca me senti tão… viva.

Spoiler Alert: Se isto não era amor à primeira vista, pelo menos dava uma boa série cheia de plot twists e momentos embaraçosos. E a melhor parte? Só vão descobrir o que vem a seguir no próximo episódio… Uma novela mexicana: intensa, caótica e com plot twists que nem a Shonda Rhimes em dia de TPM seria capaz de inventar. 

Joana Costa

#TheGlitterDream