Tratamentos estéticos que já fiz

Pensei que no dia que falasse abertamente sobre isso me sentiria como naqueles sonhos que queremos alcançar alguma coisa e por muito que corramos, não conseguimos. No caso, estaria num auditório cheio de gente, nua e por muito que tentasse, não conseguia agarrar a roupa para me tapar. Mas cá estou eu, este é o meu auditório e vocês que me leem, o meu público. A roupa está ao meu alcance mas hoje, escolho não me tapar.

Ontem fiz uma partilha muito pessoal nas minhas stories do Instagram (sobre ansiedade, mas voltamos a esse tema noutra altura) e o feedback não está escrito. Bem, está, nas minhas DMs. Esta minha partilha e exposição, fez-me ter conversas com pessoas que sofrem do mesmo, que agradeceram a partilha ou que simplesmente já sentiram algo semelhante mas não sabiam com quem falar. E com isso percebi que falarmos do que nos faz bem (e mal) nos pode abrir portas que nem sabíamos que a nossa casa tinha. Hoje abro a porta de algo que só é bom (desde que com os profissionais certos e na dose certa, claro), os procedimentos estéticos.

Metade da nossa vida, nós mulheres, somos atraiçoadas pela medicina e pela sociedade. Falo por exemplo do dado adquirido de que os contraceptivos são exclusivamente de uso feminino e que por isso é 100% normal que comecemos a tomar hormonas desde que nem adultas somos. Mas depois chegam os 30s, com todo o Glitter que possam imaginar. É mesmo uma idade maravilhosa, que nos traz a vontade de viver dos 20, temperada com maturidade e segurança. Mas esta maturidade é traiçoeira, sentimo-la no nosso inner core mas também na pele. Aparecem as primeiras rugas, vemos fotografias dos early 20s e pensamos: “eu tinha a cara gorda assim?” Não é gordura, é colagénio. Este nome que de repente vemos toda a gente a tomar em forma de suplemento, que todos os cremes prometem ter e no que certos alimentos ouvimos dizer serem ricos em. A partir dos 30, o nosso organismo entra em negação na produção desta proteína. Basicamente diz-nos assim: “para mim já deu, mas procura a medicina estética e anti-envelhecimento.” E aqui a medicina está do nosso lado. (A sociedade? Nem por isso, mas lá chegaremos).

Esta conclusão não me chegou aos 30 e achei que não chegaria antes dos 40. Risos. Os 30 verões de praia não ficaram só guardados nas memórias e álbuns de fotografias. Estavam ali, na minha testa, para quem quisesse ver o quanto gosto de apanhar sol. E a minha confiança, a minha auto-estima também. Bem sei que provavelmente só para mim e no meu espelho, mas quem mais, no que toca a este assunto me importa?

O assunto não me era novo. Já tinha trabalhado a comunicação de clínicas de medicina estética e sabia muito bem o que cada termo significava. Que o botox não se punha nos lábios e que não mudava feições, que o ácido hialurónico podia ser revertido, caso fosse aplicado em excesso. A teoria tinha-a toda, faltava-me a prática.

Sabia também que os casos de harmonizações faciais que correm bem não são falados, não geram comentários ou fofocas. E felizmente são 90% dos casos (disclaimer: esta estatística não veio do INE). Nunca mesmo nunca, ouvi algum comentário a perguntar se tinha feito algum procedimento estético e este, acreditem, é o melhor barómetro de procedimentos estéticos e pelo que lutam os profissionais credíveis (nada contra quem gosta de excessos, desde que sejam seguros).

Os procedimentos estéticos que já fiz

  • O mais básico de todos e o melhor, para mim: toxina botulínica ou o commumente chamado botox. O botox é uma toxina que relaxa os músculos da face, prevenindo e suavizando rugas de expressão. O objetivo não é paralisar, mas sim proporcionar uma aparência mais descansada e jovial. É aplicado em pontos estratégicos e dura de 4 a 6 meses, já que a pele vai absorvendo o composto, o que o torna 100% seguro. É normalmente aplicado no terço superior da face – testa e aquelas rugas de expressão na zona ocular mas também pode ser usado para outros fins como por exemplo aliviar a tensão da mandíbula e assim diminuir o bruxismo que em muitos casos provoca dores de cabeça intensas e regulares. O melhor? Prevenir é mais eficaz do que corrigir, então o ideal é começar a aplicar quando as rugas ainda não estão muito vincadas na pele, para que o resultado seja mais natural ao longo dos anos.
  • Durante a minha vida toda a minha maior insegurança foram as minhas olheiras. Posso dormir 12h seguidas que, se não usar corretor de olheiras, alguém me vai perguntar: “estás bem?” Tal é (ou era) a profundidade e cor escura. Há 2 anos pesquisei muito sobre isto e pensei, enough is enough. A cor escura era nada mais do que a sombra que a concavidade fazia, tal era a sua profundidade e o preenchimento com ácido hialurónico é como o nome indica, preenchimento. Deu volume à zona e perdi o olhar “encovado” que me atormentava e nenhuma maquilhagem era capaz de corrigir. Passaram 2 anos e apesar de já ter perdido algum volume, ainda não sinto necessidade de voltar a fazer.

Fútil, insegura ou, pior, artificial. Tudo aquilo que não sou e olhem, faço procedimentos estéticos. Bendita medicina que não existe só para nos curar, mas para prevenir e nos fazer sentir melhor.

#TheGlitterDream